Afinal, O Que é Psicologia Social?


psicoligia social

A psicologia social é entendida como uma área que produz teoria para compreendermos como o comportamento humano é influenciado pela presença real ou imaginada por outras pessoas. Muitas vezes a “psicologia popular” busca traduzir e explicar o comportamento como fruto de características que elas carregam consigo. O que a teoria em psicologia social mostra é que isto nem sempre é suficiente para explicar a conduta humana. Este tipo de compreensão nos permite entender que a forma como as instituições organizam seus ambientes sociais é fundamental para que tais instituições consigam alcançar seus objetivos.·
É possível focalizar o self no surgimento de um domínio particular de acoplamento humano que, através das trocas linguísticas, estabelece uma “contínua recursão descritiva – que chamamos de ‘eu’ -, que nos permite conservar nossa coerência operacional linguística e nossa adaptação ao domínio da linguagem.” (Maturana e Varela, 2001, p. 255)
A partir desta proposição linguística as narrativas pessoais e culturais organizam a experiência na maior proximidade possível, dando origem a um mundo que consideramos íntimo e que sustenta nossas trocas com um mundo considerado exterior. É nesta perspectiva que procuraremos situar de que forma o sujeito construído a partir de uma identificação social, imerso pelos sentidos simbólicos que constroem a realidade, se relaciona com o eu (id) inconsciente freudiano.  A pesquisa nos variados campos culturalistas se direcionam a uma  revisão desta noção de ‘eu’ e apontam para a perspectiva de um sujeito que constrói e se constrói nas interações com o mundo (os outros), através da poderosa mediação da linguagem. O ‘eu’ passou então a ser buscado nas concepções que cada um é capaz de fazer de ‘si-mesmo’.
Por algum tempo, mesmo entendido como conceito, a perspectiva de um sujeito nuclear, fixado em uma consciência privada/privatista prevaleceu. A busca pela identidade substituiu o anseio das personalidades. Podemos entender o ‘si-mesmo’ sob uma dupla condição: a de um ‘si-mesmo’ estendido, incorporando nossa família, amigos, posses...; ou, como nas inteligíveis palavras de Markus e Nurius, citadas por Bruner (2001): “somos uma colônia de Possíveis si-mesmos, incluindo alguns que são temidos e alguns que são desejados, todos se acotovelando para tomar posse de um si-mesmo que corresponda ao momento que vivemos.”.
Portanto, associando os conceitos freudianos sobre as instâncias psíquicas e associando-as às negociações dos variados lugares sociais é que situamos a subjetivação como processo. Já muito longe do sujeito abstrato (dos universalismos epistemológicos), a subjetividade se produz na possibilidade do animal humano ser, em muitas circunstâncias, solicitado a tornar-se sujeito (Badiou).

Néia Mattos.

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